Ele Não É Mais o Mesmo, E Agora?
Um Hóspede em Minha Casa
Você passou anos da sua vida tentando encontrar sua alma gêmea, seu príncipe encantado, um companheiro com quem dividir seus projetos, alegrias, e tristezas, até que um dia... O encontrou ao passear no shopping, em uma voltinha pelo parque, na “baladinha”. Quando seus olhos se cruzaram, “que momento mágico” pensou você naquele instante.
O namoro é a fase das descobertas, momento em que ambos se abrem para aprender um sobre o outro, suas preferências, seus hobbys e afinidades, os pratos favoritos, ideais de vida enfim, até chegar à conclusão que encontrou a pessoa com quem deseja passar todos os dias da vida.
O tempo passou, veio o noivado e o casamento e, de repente, você olha para trás e observa que a pessoa não é mais a mesma, parece que você está vivendo com um estranho, ou um hospede dentro de sua casa. O que antes era companheirismo e afetuosidade transformou-se em frieza, distanciamento e constantes brigas. E você se sente a cada dia mais solitária.
Então você se pergunta o que aconteceu com aquele momento mágico? E onde foi parar a pessoa com quem você queria ficar o resto da vida junto?
Freud explica!
Calma, antes de culpar o companheiro e tornar as coisas ainda piores, preste atenção, pois a pessoa amada pode sofrer de SCH (Síndrome do Comportamento de Hospedagem) que, segundo psicólogos, é a falta ou a superficialidade de vínculos afetivos, que se desencadeia na formação de sua personalidade.
Toda criança necessita de carinho, atenção e limites, e quando a ausência destes é compensada por coisas como brinquedos, passeios e outros mimos, pode interferir na formação da personalidade desta criança no que se refere a criação de vínculos afetivos. Mudanças geográficas e trocas constantes de cuidadores (babás, orientadores, pajens, etc.) também são fatores que podem, na vida adulta, fazer com que a pessoa encontre muitos obstáculos nas relações humanas.

Este tipo de comportamento muitas vezes não pode ser percebido pelo encanto do namoro e só apresenta-se durante o casamento, quando surge a convivência contínua, exigindo o comprometimento afetivo.
Quando existe a SCH em um dos cônjuges, surge um outro tipo de comportamento, onde a pessoa inconscientemente passa a se portar como um hóspede, cumprindo seu papel ou suas responsabilidades de forma mecânica, sem preocupar-se com as necessidades do outro, causando seu próprio isolamento. O pior é que muitas nem se dão conta desse fato ou preferem nem tocar no assunto.
Portanto se você observar que a pessoa amada manifesta tal comportamento, procure conversar a respeito, mas com muita calma. Procure dizer como está se sentindo, sem cobranças, e sugira uma psicoterapia, pois somente um profissional da área poderá diagnosticar corretamente a SCH e orientar sobre a melhor forma de tratamento.
Lute pelo sucesso de seu casamento e seja muito feliz!