Noivos Surdos Têm Casamento em Língua de Sinais
Há três anos, o então estudante de sistema de informações Pedro Melo conheceu Patrícia Jochen, que entrava na faculdade para cursar pedagogia. A identificação foi imediata. O namoro virou noivado e, no último sábado (03/09/2011), casamento. Até aqui, tudo igual, se não fosse por um detalhe: Pedro de Patrícia são surdos, assim como grande parte dos convidados e até mesmo o padre que celebrou a união.
O padre Wilson Czaia é do Paraná e foi para Brasília (DF), cidade dos noivos, especialmente para realizar o casamento, que foi celebrado em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Quase metade dos cerca de 250 convidados têm deficiência auditiva. A madrinha da noiva, Helena da Silva, foi também intérprete de sinais para os ouvintes. Normalmente o que se vê é o contrário: o tradutor ajudando os noivos e o padre, não os convidados.
A cerimônia também contou com música ao vivo, não só para os convidados ouvintes, mas também para Patrícia, que consegue compreender cerca de 30% dos sons que ouve. A deficiência de Pedro é mais severa. A surdez do casal foi provocada pela rubéola que suas mães contraíram durante a gravidez.
Essa não é a primeira vez que o padre Wilson, que descobriu a surdez aos 4 anos de idade, celebra casamento na linguagem de sinais. Em maio de 2011, na cidade de Maringá (PR), a dentista Kenia Jéssica Yamanaka e o bancário Luiz Henrique Zani Gongora, ambos surdos, também receberam a bênção do religioso em uma cerimônia em libras. A inclusão é sempre muito bem-vinda, não só nos casamentos, como em todos os momentos da vida.
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